O Conselho Tutelar de Guaíba atuou fortemente no atendimento às crianças e adolescentes que foram vítimas da enchente de Guaíba (e até de Eldorado do Sul) no último mês. Os conselheiros Andréa Garcia, Andréa Rodrigues, Cida de Souza, Ieda Lucas e Abel Pokorski atenderam diversos menores de idade que estavam em 80 abrigos temporários da cidade.
"Em todos abrigos orientamos os responsáveis sobre os cuidados que eles teriam que ter, principalmente de evitar os casos de abuso sexual dentro dos alojamentos", destaca Cida de Souza.
As maiores ocorrências foram de situações de conflitos familiares. Para Cida, "o que os jovens faziam dentro de suas residências eles faziam dentro dos alojamentos".
Andréa Rodrigues afirma que todos locais foram avisados que, em qualquer coisa que envolvesse as crianças e adolescentes, podiam entrar em contato com os conselheiros para a verificação. Às vezes recebiam pedidos de fornecimento de medicamentos e atendimentos médicos, e denúncias de negligência (ou seja, quando abuso pode ser físico, sexual ou emocional).
"Nesses casos tivemos que tratar com o maior cuidado porque as famílias estavam em situação muito complicada, emocionalmente, com a saúde mental muito abalada. Então tivemos que ter todo o cuidado até mesmo para fazer intervenções. Não era um trabalho normal como a gente tem na sede do Conselho Tutelar", afirma.
Mesmo com a diminuição dos números de abrigados nas últimas semanas, as demandas continuam. O acesso à educação é um dos maiores desafios daqui por diante, buscando garantir as matrículas dos estudantes de Eldorado do Sul e Guaíba nas escolas públicas.
O colegiado acredita que a demanda deve duplicar ou triplicar após a enchente, porque deve realocar essas crianças e vê o que será feito para garantir o seu direito à educação. O colegiado ainda espera que os demais órgãos públicos trabalhem para instalação do segundo Conselho Tutelar, até mesmo antes das próximas eleições, para auxiliar no aumento expressivo de atendimentos.
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