O livro "A paisagem presa na coleira", do escritor guaibense Altair Martins, é finalista do Prêmio Açorianos de Literatura 2024 na categoria Poesia. A obra lançada em outubro de 2023, pela Editora Patuá, foi escrita no auge da pandemia a partir das fotografias do jornalista Valmir Michelon. As poesias foram publicadas semanalmente ao longo de 2020 no jornal Nova Folha, que circula em Guaíba, Barra do Ribeiro, Sertão Santana e Eldorado do Sul.
“Altair é autor de uma das obras mais potentes do nosso catálogo — um livro que percorre estradas oníricas, dissipa paisagens e nos devolve à realidade com cadência e imagética feroz”, destaca a editora do livro que ressalta que “em seus versos, somos levados por um cão, uma estrada, um país em desmanche — e, ainda assim, somos embalados por música, memória e crítica.
“A estrada de chão e o cão:
sou feito dessas margens que se seguram,
que esperam que eu volte, esperam que eu chegue…”
Para Martins, todo livro é uma solidão, e o único sentido de um livro é compartilhar: "Naquele momento da pandemia, quando Valmir me convidou para escrever, ele me convidou para partilhar as fotografias e os textos. Foi assim que o livro aconteceu. Agora o livro precisa ser partilhado também, precisa de leitores, pois a literatura é um ato solidário. É o livro mais especial que escrevi, mas está atirado no cantinho e devagarinho as pessoas terão acesso".
Entre os poemas estão "o universo submetido a privatização", "aprendizado na sombra", "poema sobre minha mãe e o verão", "duas notícias" e "Renato Isquierdo, ave solitária", em homenagem ao professor e escritor que faleceu em março de 2021 por decorrência da covid-19.
O prêmio é realizado pela Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre. A premiação será entregue na segunda quinzena do mês de maio. Martins já conquistou o prêmio cinco vezes: com dois livros de contos, "Como se moesse ferro" e "Enquanto água"; dois romances, "A parede no escuro" e "Os donos do inverno"; além de um prêmio de Livro do Ano, também com "A parede no escuro".
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