Desde o início do ano, Guaíba registrou três casos importados de dengue e 116 novos focos do mosquito Aedes aegypt. O total é de 914 focos em 21 diferentes bairros desde o início do mapeamento, há três anos. E, de acordo com o último boletim epidemiológico do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, no Rio Grande do Sul já foram confirmados 3.588 casos de dengue neste ano, sendo 3.301 autóctones e 287 importados, além de seis óbitos. Em 2019, nesse mesmo período, a Secretaria Estadual da Saúde havia confirmado apenas 1.337 casos da doença.
Para a médica veterinária da Vigilância em Saúde de Guaíba, Elisa de Menezes Teixeira, esse aumento nos faz concluir que existe sim a circulação de vírus dentro de muitos municípios gaúchos e que ele poderá, facilmente, ser levado de um local para o outro, como por exemplo, em uma viagem de carro ou em um ônibus intermunicipal. O fato de muitas pessoas terem suspendido viagens para outros estados do Brasil com alto índice de ocorrência dessa doença não tem impedido o estado de atingir níveis alarmantes.
- Nossos cuidados com a água parada nunca devem cessar e inclusive, durante a pandemia, eles deverão ser redobrados. Neste período o risco de exposição à picada do mosquito aumenta, já que há maior permanência dos moradores nos imóveis, acompanhada de maior produção de resíduos domésticos (potes plásticos, cascas de ovos, tampinhas, sacos plásticos e outros). Locais onde mais, comumente, são encontrados focos do mosquito pelos agentes de saúde pública durante as vistorias em residências, além de baldes e tonéis onde moradores costumam acumular água para aproveitamento em plantas e pneus dispostos a céu aberto – alerta a especialista.
Ela ainda destaca que as doenças transmitidas por esse vetor, como dengue, zika e chikungunya, apresentam um comportamento sazonal no país, ocorrendo, principalmente, entre os meses de outubro a maio, visto que se observa temperaturas altas, juntamente, com chuvas, condições que favorecem o ciclo biológico do mosquito dentro dos depósitos de água parada. O tempo médio do ciclo biológico do mosquito (fase de ovo a mosquito adulto) é de sete dias, por isso, uma vez por semana, pelo menos, é necessário vistoriar as dependências internas e externas dos imóveis para verificar se há algum reservatório de água parada, em caso positivo, eliminá-los.
Os ovos depositados, nos reservatórios de água, pelas fêmeas dos mosquitos podem resistir até 450 dias no ambiente. A perpetuação desse vetor na natureza deve-se muito a essa característica. As fêmeas depositam seus ovos nas paredes de reservatórios como, por exemplo, pneus, e quando esses ficam cheios da água da chuva em seu interior, permitem que os ovos ali presentes eclodam quando o ovo encontra a água. Nesse caso, precisamos sempre manter os pneus em local coberto.
Como você pode contribuir para a prevenção das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti na cidade de Guaíba?
- Tampando caixas d'água, tonéis e latões;
- Escovando os bebedouros de animais, semanalmente;
- Guardando garrafas vazias com o gargalo para baixo;
- Guardando pneus em locais cobertos;
- Mantendo calhas desentupidas;
- Tratando, semanalmente, com água sanitária, os ralos, além da colocação de telas sobre eles;
- Tratando, semanalmente e durante o ano todo, com cloro, as piscinas;
- Tratando, semanalmente, com água sanitária, as bromélias a céu aberto;
- Retirando os pratinhos de vasos de plantas;
- Acondicionando o lixo doméstico em sacos plásticos e mantendo-os em lixeiras tampadas;
-Mantendo os pátios e demais ambientes domésticos livres de objetos inservíveis que possam acumular água.
Dúvidas podem ser tiradas pelo telefone da Vigilância Ambiental em Saúde, 9.98540353 ou pelo e-mail, [email protected]
Comentários: