"Iemanjá - um mar de fé" é o novo documentário da página Costa Doce Gaúcha, que narra sobre as festas de Reino de Iemanja e Estrela do Oriente, consideradas patrimônios imateriais de Guaíba. Aborda como essas procissões de 1º e 2 de fevereiro chegaram aos mais de 40 anos de história e de muita religiosidade. O objetivo é de ficar por muito e muito tempo no ar, para que passem de gerações a gerações a dimensão, a devoção e as memórias da Mãe Líbia e Mãe Arlete. Assista aqui.
A produção é de Camilla Swider e Janaina Bach. Camilla enfatiza que esse trabalho é importante por "n" (vários) motivos, principalmente por mostrar e contar não somente sobre essas comemorações, mas o porquê que se tornaram patrimônios históricos e culturais da cidade, em 2019: duas mulheres que fazem frente e, mesmo com toda intolerância que existe, não desistiram por a fé delas ser maior do que tudo.
- O amor delas por Iemanjá é superior a qualquer obstáculo - destaca
Ao som das músicas Lenda da Sereia (de Clara Nunes) e Nossa Senhora (de Roberto Carlos), o curta-metragem expõe a devoção à rainha do mar e o início de suas celebrações em meados das décadas 60 e 70, que no passar do tempo adquiriu uma proporção maior com crença, fé e amor a ela. Ainda conta curiosidades, os saberes e fazeres, dessas festas e da comunicação com suas divindades ao barulho do Rio Guaíba, águas doces de Oxum, onde são realizadas os pedidos de licença para entrar com o barco sagrado, com pedidos e oferendas para ir até o mar de Iemanjá.
- Iemanjá é vida, é água, é tudo, é meu universo que me sustenta. Nas horas que me faltam qualquer pessoa, qualquer palavra, vou ao mar encontrar a energia dela - reflete Mãe Arlete no documentário.
A festa da Mãe Arlete é realizada, na Praia da Alegria, há 42 anos. Da Mãe Líbia, no Centro, há 50. Como estudante de Jornalismo, Camilla ainda enfatiza que tem aprendido a dar voz a assuntos que tenham valor, que precisam serem discutidos e mostrados, e que através desse documentário pode mostrar, de fato, o que as pessoas cultuam.
Neto de Mãe Líbia, João Victor Kulmann ressalta que a Festa representa amor, carinho, fé e tudo aquilo que não podemos ver mas que a gente sente:
- Só os filhos da casa, que o frequentam antes dessas festas, podem sentir o quanto é prazeroso trabalhar para tudo se tornar perfeito no dia 2. A Festa une muito as pessoas, tem esta característica forte por que vem muitas pessoas de longe em busca da fé e sua crença. É um momento ímpar, por Iemanjá estar muito perto de seus filhos.
Também devota, Janaina Bach diz que é emocionante ter participado desse trabalho, por desde seu nascimento acompanhar as duas festividades e por ter participado de todo processo, desde o pedido inicial, que a reconhecem como patrimônios históricos e culturais da cidade. Ela conta que pode acompanhar de perto o trabalho das duas mães de santo em todos esses anos, o que fez aprender muito sobre o valor da fé:
- Não é somente uma festa religiosa, é algo muito mais grandioso. É o mexer com os saberes e fazeres dessas celebrações, e o que reflete a essa comoção da comunidade.
Comentários: