Repórter Guaibense

Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

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Serrinha recebe evento em memória aos 150 anos da imigração suíço-valesana no RS

A exposição sobre os 150 anos da imigração suíço-valesana no RS foi aberta nesta semana no Museu Carlos Nobre, em Guaíba

Serrinha recebe evento em memória aos 150 anos da imigração suíço-valesana no RS
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As comemorações pelos 150 anos da imigração suíço-valesana no Rio Grande do Sul, bem como os 135 anos do assentamento do pioneiro Pierre Roduit na região da Serrinha, ocorreram no domingo (13( na localidade da Serrinha, em Guaíba e Barra do Ribeiro. Os descendentes da família, os suíços François Roduit e Jean Paul Roduit, que estão no Brasil para pesquisar a genealogia da família Roduit e conhecer ou rever os parentes, participaram das atividades visitando a região onde o pioneiro Pierre viveu até a década de 1930. Os descendentes visitaram o local onde moraram os primeiros colonos e participaram de um evento na igreja São Francisco de Assis, em Barra do Ribeiro.

O evento “Laços entre a Suíça e a Serrinha, ontem e hoje” contou com exposição de fotos e documentos, almoço e palestras. Também foi marcado por um ato simbólico de nomeação de um trecho de estrada no interior de Guaíba com o nome de Pierre Roduit. Os descendentes anunciaram que pretendem instalar na região um monumento que marcará a imigração suíço-valesiana no local.

Conforme o professor, pesquisador e um dos organizadores do evento Valdivino Rodrigues, Pierre Roduit nasceu em 1841, em Saxon (Cantão do Valais), na Suíça. Em 1874, houve uma intensa campanha de incentivo à imigração para o sul do Brasil. Em uma reunião em Martigny, foram escolhidas três famílias voluntárias e pioneiras para avaliar as condições de acolhimento no Rio Grande do Sul. Entre elas, estavam as famílias dos irmãos Pierre e Daniel Roduit, além da família Gedoz.

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Eles se estabeleceram inicialmente na colônia de Santa Clara Baixa (atualmente Carlos Barbosa), em 1874. Logo depois, Pierre e sua família adquiriram uma área de 600 hectares na região da Serrinha, então pertencente a Pedras Brancas (hoje Guaíba), com o intuito de fundar uma colônia no local. Pierre permaneceu na Serrinha até a década de 1930, quando se mudou para São Sebastião do Caí, onde faleceu em 5 de junho de 1936.

Bastante emocionado, o professor Valdivino ressaltou que podemos aprender muito com a história e com as pessoas que viveram no passado:
“Admiro muito a família Roduit, tema que foi meu trabalho de conclusão na faculdade. Sou filho da Serrinha, formado em História, Geografia, Filosofia, Teologia e Magistério, e tenho cinco pós-graduações. Como escritor, tenho orgulho de escrever e deixar para a posteridade uma história que não pode ser esquecida. É importante sabermos o legado que os antepassados deixaram e o que podemos aprender com eles”, disse.

Parte da pesquisa de Valdivino está no livro “Serrinha: núcleo de colonização suíço-valesiana pioneira (1890–2020) — 130 anos no contexto da história local”, que conta a trajetória dos primeiros moradores da região.

Segundo os descendentes François Roduit e Jean Paul Roduit, presentes no evento, eles buscavam informações sobre a família no Brasil quando descobriram que seus antepassados haviam se estabelecido no Sul do país. “Achei a festa maravilhosa. Estive nas terras dos pioneiros e fiquei bastante emocionado”, declarou Jean Paul, em entrevista exclusiva ao jornal Nova Folha e ao Repórter Guaibense durante o evento. François, que já esteve no Brasil outras vezes, reforçou que sempre foi muito bem recebido pelos brasileiros.

O secretário de Cultura de Guaíba, Isaque Conceição, e a vereadora de Barra do Ribeiro, Patricia Ramos, prestigiaram o evento assim como o padre Ademar Agostinho Sautier, um dos fundadores da Associação Suíço-Valesianos do Brasil. Um grupo de moradores da cidade de Carlos Barbosa também esteve presente e elogiou a celebração. “Os barbosenses voltaram para casa com uma certeza: as famílias Roduit de Serrinha, de Guaíba e de Barra do Ribeiro estão mais orgulhosas de suas origens, a partir de hoje. Foi um domingo diferente, foi uma experiência incrível interagir com o povo da Serrinha e da região”, afirmou Neusa Gedoz, presidente da Associação Suíço-Valesianos do Brasil (ASVB).

O evento contou ainda com a presença do Guaíba Foto Clube, que realizou uma exposição de imagens da região e da mulher no meio rural de Barra do Ribeiro. Nesta semana, a exposição sobre os 150 anos da imigração suíço-valesana no RS e os 135 anos do assentamento de Pierre Roduit na região da Serrinha foi aberta no Museu Carlos Nobre, em Guaíba, e pode ser visitada de terças a domingos.

FONTE/CRÉDITOS: Valmir Michelon - Nova Folha
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