Eleito presidente na posse do último dia 1º, o vereador João Collares quer união entre todos os 17 vereadores, independentes de partidos, e no primeiro momento reabrir a Casa para comunidade, que está fechada por advento dos protocolos sanitários de prevenção ao covid-19. Em entrevista para o Repórter Guaibense, disse que quer fazer uma reforma e chamou a instalação de gabinetes dos vereadores como precária. Veja a entrevista:
Como está sendo o início desse mandato como presidente da Casa e quais seus principais desafios e suas propostas neste ano em frente do Legislativo?
Collares - Nesta fase inicial estou procurando, junto com funcionário efetivos da casa e nosso assessor, saber como está o funcionamento da parte administrativa, principalmente, tomando pé do que a gente precisa fazerem termo de modificações e obras, falta de funcionário, enfim. Ver quais a necessidades, como a falta de funcionários, para dar continuidade no trabalho que queremos fazer.
Meu maior objetivo, e principal, fazer dos 17 vereadores um só. Quero uma união entre todos nós, que a única coisa que pode acontecer, se houver essa união, paz e harmonia entre nós, claro que divergindo de ideias, é o bem do nosso legislativo e com isto levar até o executivo essa união que vamos ter aqui. Quem vai ganhar com tudo isto é a cidade. Quero harmonizar nossos 17, não quero que exista nós contra eles ou eles contra nós. Quero que exista uma coisa chamada "nós", só esse pronome.
A partir daí, fazer algumas modificações que pretendemos fazer. Agora na época da pandemia, com a vacinação que em breve estará conosco, também queremos reabrir agora no primeiro momento a Câmara para comunidade, com todos protocolos sanitários. Que a comunidade venha aqui falar com vereadores, expor seus problemas. Isto é uma das metas que vamos começar a fazer a partir de agora.
Pretende fazer uma reforma?
Collares - Desde primeiro ano que estive aqui (em 2017), eu vi a precariedade que são os gabinetes. Vamos ver a parte financeira, se tem condições. Conversando com outros vereadores, se tem outra necessidade, se são favoráveis de fazer alguma modificação. Mas no primeiro momento tentar arrumar da maneira mais simples possíveis. Os novos vereadores, que chegaram agora, já estão fazendo isto.
Tu não pretende recolocar o cargo de assistente parlamentar em cada gabinete?
(O vereador corrigiu o que disse, que não será recolocado por virtude de lei)
Como você avalia a eleição para mesa diretoria, que o elegeu na posse com votos de Alex Medeiros e Florindo Motorista, e sobre a importância de ter a primeira mesa afrodescentente?
Collares - Nós éramos oito, precisávamos de um voto. Do Florindo ou do Alex. Depois que começamos a conversar, e partindo deles da vontade de participar ajudando o governo municipal, e da ideia da união de todos, a gente já tínhamos aqueles votos. Tentei conversar com os outros vereadores, do antigo governo Sperotto, tentando isto: uma união em torno de um nome. Mas resolveram colocar outra chapa, que a gente respeita, e com isto houve a votação e saímos vitoriosos. Quero enfatizar que prego a união de todos nós vereadores em prol de nossa cidade.
Em relação à mesa afrodescentente, primeira mesa numa cidade que tem muitos poloneses, italianos e alemães e etc., isto só vem a valorizar o trabalho de nós negros. Basta dar condições iguais para o negro que o negro consegue também. Nós conseguimos. Nós fomos um povo muito sofrido, arrancados de nossas terras e nossas famílias, viajávamos em navios negreiros passando fome e morrendo. [...] Para nós foi muito bom isto, o reconhecimento de todos vereadores. Mais uma vez volto a dizer que isto faz que a gente seja mais unido. Nós, todos os 17.
Como vai ser seu contato com o executivo?
Collares - Na época que era oposição tentei várias vezes conversar com prefeito Sperotto, inclusive fiquei 45 dias para ser recebido por ele. Agosto de 2018. O que pretendo fazer é que o executivo tenha uma porta aberta para nós do executivo com o prefeito. Lembro que quando estava na prefeito [como prefeito, entre 1993 e 1996] se ligavam para lá, que o vereador fulano queria conversar, podia ir. Falei com o Maranata que toda vez que o vereador quiser falar com ele, receba ele. É um vereador, uma autoridade que merece todo respeito. Quando a gente vai falar com o prefeito é para falar alguma coisa que foi solicitado pela comunidade. Quero ter esta porta aberta, para os 17 que terão este direito, para levar os problemas pontuais que chegam até nós.
Pretende repassar dinheiro para o governo do Marcelo Maranata, que é do mesmo partido do senhor?
Collares - Isso já é de praxe. Mas a gente tem pensado para fazer uma fundação, mas não vou entrar detalhes por que não sei ainda como funciona. Já tem em outras cidades. Claro, sempre final de ano sobra recursos e encaminhamos para prefeitura, se não houver a fundação desta fundação.
O que tu diz sobre o prefeito dizendo que não vai ter toma lá,dá cá, benefícios em troca de cargos?
Collares - Isso é uma política que tem que acabar. As pessoas que querem cargos tem que ser merecedores, não moedas de trocas. Se os vereadores quiserem ajudar o prefeito, eles não vão ajudar o prefeito e sim a comunidade. Cargo não é moeda de troca, é de confiança, de pessoas capacitadas para ocupar. Acredito que o Maranata não vai fazer, não vai contratar cargo como moeda de troca.