Amigos, familiares e admiradores de Gaston Leão prestigiaram o lançamento de seu primeiro livro na tarde de sábado (18) na Vitrine Cultural, no centro de Guaíba. Aos 83 anos, o tradicionalista e dono da Casa de Gomes Jardim autografou a obra "Para onde foram nossos tropeiros?", com crônicas e versos dos homens a cavalo que conduziam tropas de gado do Rio Grande do Sul para Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro no século 20.
Guaíba era a grande concentração de gaúchos por ter na época nove charqueadas com fornecimento para Porto Alegre, Alegrete, Bagé e até ao porto de Rio Grande, para mandarem para o resto do Brasil e até para fora.
- Isto fortaleceu Guaíba em um tempo que a riqueza toda era a pecuária. E esse homens foram os responsáveis pelo inicial desenvolvimento desta cidade tão bonita e querida e que hoje é referência em todo Rio Grande do Sul. Então não podia deixar de homenageá-los - expressou Gaston.
Ele publicou textos sobre Reculuta da Canção Crioula, no qual foi presidente-fundador em 1982, o Berço Farrapo, a Rua das Flores, "Da velha Pedras Brancas à Guaíba", os caminhos da pampa, a alegria dos matambres e o embarque da tropas.
Da velha Pedras Brancas à Guaíba
Os homens que se moldaram
Te deram uma face humana
Marcada por ideias.
Em contraponto a um sistema
De castas e privilégios
Que injustiçava os iguais.
Isto foi em Trinta e Cinco
Quando campeiros farrapos
Criados nestas paragens
Não aceitando maneias
Se levantaram em protesto
Do berço das Pedras Brancas.
Ficou assim bem marcado
O perfil desse rincão,
Numa luta interminável
Entre liberdade e opressão.
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Conhecido carinhosamente como "seu Gui", ele organizou as primeiras Festas Campeiras no município, liderou os Centros de Tradições Gaúcha (CTGs) Minuano (já extinto) e Gomes Jardim, e os festejos Farroupilhas, além de ter presidido o primeiro festival de música nativa de Guaíba, a Reculuta da Canção Crioula.
Ainda é considerado o primeiro proprietário de um bem particular a solicitar o seu tombamento a nível estadual: a Casa, que contribui para a preservação e consolidação da identidade cultural gaúcha. Até março de 2020, no início da pandemia, recebia visitações turísticas de diversos lugares do mundo, assim como estudantes de inúmeras escolas do Estado.
Os livros foram todos vendidos durante a sessão de autógrafos. Há previsão para novas vendas em novembro, na programação da Feira do Livro de Porto Alegre.
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