Os atores mirins Manu Moraes e Caetano Araújo, de 9 e 12 anos, se preparam para atuar em mais um longa-metragem. Os dois contracenaram juntos pela primeira vez no filme Flor da Gigóia, no Rio de Janeiro, e agora foram confirmados no elenco de Quarto ao Lado, de Pietro Benvenutti.
Eles foram revelados pelo cineasta guaibense Ivo Schergl Júnior, nas oficinas que oferecia no Projari, entidade que atende crianças e adolescentes com oficinas culturais, de esporte e artesanato na zona oeste de Guaíba.
Para a atriz, gravar o primeiro filme foi uma experiência maravilhosa e quer poder seguir atuando, tem o sonho de estrelar em telenovelas da TV Globo. Sobre a primeira oportunidade, ela destaca que o maior desafio foi fazer cenas dramáticas com a verdade e, principalmente, ter que ter raspado o cabelo.
- Foi um desafio muito grande pra mim, mas consegui fazer. Isso me deixou muito contente. Foi muito legal, tanto contracenei com pessoas que ficaram meus amigos, sempre me dando dicas e incentivando a estudar e aprender mais sobre a profissão de atriz - disse ela.
O filme "Quarto ao Lado" conta a história de Pedro, um crossdresser de 27 anos que faz vídeos tutoriais para a internet travestido de mulher. Ele se muda para o seu novo apartamento e durante a mudança aparece um menino na janela, que mora no prédio ao lado, Junior, de apenas 10 anos. Ele ofende Pedro diretamente por ter somente a influência do caráter preconceituoso de seu pai; a partir daí, inicia uma grande amizade e Pedro começa a conversar com Junior diariamente pelo vão que há entre seus prédios. Essas conversas tem o acompanhamento da mãe de Junior, Rosana, que é agredida cotidianamente pelo seu marido, Amilton, e sofre com o machismo que ronda a sua casa. A história tem um crescimento de agressões e ofensas, mas também tem, de muito carinho, afeto e boas risadas de uma amizade pura e sincera, entre Pedro e Junior.
Caetano Araújo está muito feliz em participar desta segunda chance em seu início de carreira, ainda mais por ser uma obra que aborda o machismo, a homofobia e outros assuntos bastantes abordados na sociedade. Ele lembra que também foi vítima de preconceito, por, simplesmente, ter cabelo comprido.
- Me faziam piadinhas de muito preconceito, sei que é por causa de famílias muito preconceituosas. Quando soube do que se tratava o filme, eu queria muito participar. Fiz a primeira fase do teste e passei. Fiz a segunda etapa e fui selecionado. Quero dar o meu melhor nesse filme - diz ele.
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