Guaíba fechou janeiro com nove casos notificados de dengue, sendo dois confirmados. De acordo com o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, não há casos graves ou com sinais de alarme, segundo as notificações. Quatro já foram descartados, e três seguem em investigação.
Com as temperaturas mais elevadas nesta época do ano, o Rio Grande do Sul enfrenta um aumento no número de casos. O cenário epidemiológico de 2024 superou os índices dos anos anteriores e colocou o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) em alerta para os meses de janeiro, fevereiro e março, período em que historicamente ocorre o pico de ocorrências.
Guaíba teve 19 casos confirmados em 2022, 23 em 2023 e encerrou 2024 com 97 registros confirmados, o que representa aumento de 410% em três anos. A cidade, no entanto, não tem nenhum óbito em decorrência da doença desde 2015.
O crescimento no número de casos confirmados é uma realidade tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul. Em 2024, foram mais de 200 mil casos confirmados no estado, sendo cerca de 172 mil autóctones (quando a transmissão ocorre dentro do território gaúcho) e 281 mortes em decorrência da doença. A incidência da dengue no ano passado no estado foi de 1.852 casos prováveis (total de notificações, excluindo os descartados) por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como alta incidência valores acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
O Brasil terminou janeiro já com 21 mortes por dengue, sendo 14 só no estado de São Paulo, de acordo com o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. O principal fator que justifica o aumento previsto é a continuidade do fenômeno El Niño, que pode intensificar condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença e também da Zika e da Chikungunya.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, explica que fevereiro é o mês com maior tendência de aumento no número de casos, o que justifica o alerta a gestores e à população já no início de janeiro. As capacitações desenvolvidas pelo Cevs têm o objetivo de atualizar as Coordenadorias Regionais de Saúde e os municípios para a melhor identificação da infestação do mosquito e de casos autóctones. As formações ocorrem tanto na área de vigilância ambiental quanto na de vigilância epidemiológica e, em alguns casos, de forma conjunta, conforme a demanda de cada município.
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