Repórter Guaibense

Sabado, 04 de Outubro de 2025

Notícias/Saúde

Guaíba participa de estudo de comportamento e práticas sobre HIV, sífilis e hepatites

Projeto do Hospital Moinhos de Vento vai aplicar teste em 8,2 mil pessoas

Guaíba participa de estudo de comportamento e práticas sobre HIV, sífilis e hepatites
Luan Pedrotti/Divulgação
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Guaíba está entre as 56 cidades do estudo que vai mapear comportamento e práticas sobre ISTs no Rio Grande do Sul. Coordenado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, o projeto Atitude vai aplicar questionários e exames de HIV, sífilis e hepatites B e C em 8,2 mil pessoas.
 
Além de responder a questionamentos, os participantes serão testados para estas doenças. O principal objetivo é identificar os motivos pelos quais o Estado aparece em primeiro lugar nos casos de HIV e outras ISTs no país. É a primeira vez que uma pesquisa desse tipo acontece no Brasil.

Guaíba tem mais de 700 pessoas que vivem com HIV. Em reportagem do Jornal Nova Folha no último final de semana, o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) atende 773 moradores da cidade com a doença.

As equipes – compostas por entrevistadores e por um técnico de enfermagem – foram treinadas e os profissionais estão identificados com coletes e crachás com fotos. A iniciativa é desenvolvida em conjunto com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) e conta com a parceria da Secretaria Estadual da Saúde. 

Leia Também:

Para o superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Eduardo Ramos Mariath, além de ampliar a testagem da população gaúcha com relação às ISTs, o foco da pesquisa é compartilhar com poderes públicos subsídios que poderão embasar as políticas públicas de combate às ISTs/HIV-Aids no Rio Grande do Sul. 

 - É nosso compromisso utilizar da expertise do Hospital Moinhos de Vento para contribuir com o desenvolvimento da ciência nacional e apoiar o setor público para chegar às melhores decisões, que irão impactar diretamente na vida das pessoas que mais precisam - destaca. 

A liderança do projeto, a epidemiologista Eliana Wendland reforça que além de direcionar as ações de controle da epidemia de HIV/AIDS, sífilis e hepatites virais no Rio Grande do Sul, o projeto fortalece a vigilância epidemiológica dessas doenças. 

 - A estratégia de ir até a casa das pessoas vai facilitar o acesso aos testes sorológicos. É importante a resposta à entrevista, pois permitirá identificar grupos de maior risco, servindo de subsídio para o desenvolvimento de estratégias de prevenção direcionadas a estas populações - conclui.

A médica Maria Leticia Ikeda, coordenadora adjunta da Política Estadual de IST/Aids, acrescenta que “conhecendo como as pessoas se comportam e quais os seus conhecimentos em relação às ISTs e HIV, poderemos trabalhar nas lacunas destes conhecimentos, instrumentalizando os indivíduos para um cuidado mais apropriado, contribuindo assim para a redução dos nossos índices — que, embora venham reduzindo, ainda se encontram em patamares acima dos nacionais”.

 

Mortalidade alta no RS

Dados da Secretaria Estadual da Saúde de 2019 indicam que o Rio Grande do Sul apresenta a maior taxa de mortalidade por Aids no país, com nove óbitos por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 4,8 óbitos. Já a taxa de infecção de HIV em gestantes também é a maior do Brasil, com 9,5 casos para cada mil nascidos vivos, sendo em 2,8 o indicador nacional. O RS tem a segunda maior  taxa de detecção de sífilis adquirida no país, com 116 casos por 100 mil habitantes — o indicador nacional é de 58  — e a terceira maior incidência de sífilis congênita em menores de um ano, com 14,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, quando a taxa brasileira é 8,6.

Comentários:

Veja também