Repórter Guaibense

Quinta-feira, 06 de Novembro de 2025

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Moradores criticam construção de ginásio poliesportivo e quadra de escola de samba na Cohab

Empresa contratada cercou a área para o início das obras na última quinta-feira (31)

Moradores criticam construção de ginásio poliesportivo e quadra de escola de samba na Cohab
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Moradores próximos acionaram o Ministério Público do Rio Grande do Sul contra a instalação de ginásio poliesportivo e da quadra da escola de samba Cohab-Santa Rita na avenida Lupicínio Rodrigues.

A empresa contratada pela Prefeitura Municipal de Guaíba cercou a área para o início das obras do ginásio na última quinta-feira (31), e deve terminar em prazo de 12 meses. O projeto contém quadra de futebol sete, basquete, vôlei, arquibancada e palco, com investimento de R$ 2,7 milhões do governo federal, oriundos da emenda parlamentar do então deputado federal Onyx Lorenzoni.

Outra parte da área deve ser destinada para as atividades da escola de samba Cohab-Santa Rita, que assinou em dezembro do ano passado o termo de autorização de uso em caráter precário (ou seja, não pode ser construído nenhuma edificação e em qualquer momento a prefeitura pode solicitar a retomada).

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O morador Adair Moura alega que a Prefeitura Municipal de Guaíba ignorou o Estudo de Impacto de Vizinhança, que é a análise prévia sobre as implicações de implementação de investimentos numa determina área. Segundo ele, a área é oriunda da inauguração do núcleo habitacional da Cohab (1982), sendo que deve haver no minímo 35% de espaço para que haja praça, instalação de posto de saúde, posto policial e bomba de tratamento de água, que fazem parte da necessidade de uma área urbana habitada.

"Nós nesse tempo conseguimos manter aquele campo de futebol e a área arborizada, aquelas árvores foram plantadas por todos os moradores. Ninguém do Município teve o zelo de cuidar daquela praça e colocar à disposição da comunidade local, sempre com uma ganância ou outra cederam para alguma coisa com fim político. Reconhecemos que o bairro deve ter um centro comunitário e ginásio poliesportivo, mas primeiramente deve ser decidido a onde colocar um empreendimento imobiliário desse porte”, critica.

A maior reinvidicação é o tamanho da construção do ginásio esportivo, ausência de estacionamento de veículos, e a cedência do espaço para as atividades de academia de samba Cohab-Santa Rita com alto volume em datas próximas do Carnaval.

"Nós não fomos consultados por estudo de impacto de vizinhança, não houve consulta para definir o que deveria melhor atender aquela área para toda a comunidade da Cohab. E estamos agora nesta luta, é uma manifestação pacífica e justa da comunidade para que de uma forma ou outra possamos comunicar a nossa manifestação contrária por meio de nossos vereadores e representantes".

Conforme o presidente Tiago Andriotti, a agremiação está na conclusão de projeto alternativo para construção da tão sonhada quadra de samba. O projeto é considerado sustentável de caráter provisório, para que, em caso o município queira retomar aquela área, o material considerado patrimônio da agremiação possa ser retirado.

"A questão de ter um espaço é uma luta histórica da nossa escola de samba, que completa 15 anos agora em dezembro. [...] A escola não escolheu a área, a área foi ofertada pelo município e a agremiação aceitou, mas o que ocorre é que pequena parte dos moradores que moram nas proximidades são contra. Eles não são contra a escola em si, são contra tudo que for construído naquela área. Aquele espaço não é utilizado pelos moradores e, inclusive, é historicamente de utilização da comunidade para eventos. Feira do Peixe, cultos evangélicos, natal solidário, shows, festivais e ensaios da academia de samba Cohab-Santa Rita", afirma.

Segundo ele, a academia de samba Cohab-Santa Rita nasceu naquele espaço, por tanto, para aqueles que reclamam do barulho do tambor, o barulho já é existente naquela área e o que não existe é a regulamentação e a dignidade.

"Afinal de contas dá para fazer barulho ainda na rua, não está proibido bater tambor na rua. Eles já convivem com esse barulho, o que eles não querem é construção numa área que não é de propriedade deles. A área tem um interesse público. Vamos atender o interesse de seis ou sete moradores, ou vamos atender o interesse de uma comunidade?"

O diretor municipal de Governança Participativa e Ação Comunitária, Robson Mallmann, explica que toda e qualquer obra tem impacto social e de vizinhança, e que naquela área foi estudada que a muitos anos está sem fins de interesse público.

"O que fizemos foi a construção desse ginásio, que está saindo do papel depois de muitos anos, e, em relação ao vizinhos contrários, é que não querem nada naquela local. A Cohab tem 30 mil habitantes. A gente respeita o manifesto pacífico, só que tenho certeza que o bairro inteiro queira um ginásio de esporte para ser usado sem custo nenhum, com estrutura de qualquer tipo de evento"

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