A banda guaibense Pequena Serenata lançou nesta semana o seu novo single: “Falar Sozinho”. A canção é o quarto trabalho do grupo, que tem como marca a mistura de gêneros e ritmos: moram em seus sons uma diversidade de linguagens sonoras e poéticas. O álbum de estreia está previsto para o primeiro semestre de 2025.
"Essa canção me parece que declara o momento mais recente da banda, um ciclo mais abrangente de compositores, revelando essa identidade muito massa: somos uma banda com muitas vozes compositoras, verbos diferentes, plurais" explica Rafael Sonic, autor de “Falar Sozinho”.
Sonic relata que a canção nasceu no vagão de um trem. Isso mesmo: nas idas e vindas para as aulas da Faculdade de Cinema da Unisinos, em São Leopoldo. Quando o tédio e os todos os demais cansaços da rotina ferroviária se acentuavam, era no passeio pelos pensamentos mais reflexivos, nas digressões filosóficas que ele se abrigava. “A música foi feita em um vagão do trensurb. Na hora do tédio, quando cansava do mp3, dos livros, dos estudos, das conversas na volta, só o pensamento salvava. Comecei a rabiscar o som desse lugar: alguém que, a partir do pensamento, consegue se curar desse tédio, dessas repetições cansativas”, relembra.
O registro tem arranjos da banda e participações de Lucas Protti (clarinete, flauta e sax) e Andrio Maquenzi (back vocals), integrantes da Superguidis. A gravação e a mixagem foram realizadas no Estúdio do Sonic, em Guaíba. Ciro Galeão e o próprio Rafael Sonic assinam a produção.
Perguntado sobre como classificaria a canção, Sonic inventa um gênero: “indie folk digressivo ferroviário”. E completa que, mais importante do que situar a canção em um escaninho sonoro, é passear pelas sonoridades e acessar a letra que, mesmo sugerindo uma solidão, também tem suas dimensões de alteridade: “O personagem discorda de si, acessa suas contradições, treina pra conversar com as outras pessoas que, como ele, são complexas, difíceis, contraditórias”, filosofa.
Escute a canção “Falar Sozinho”:
A Pequena Serenata vem construindo sua sonoridade autoral sintetizando o que cada integrante acumula de bagagem, audições e vivências, com referências de MPB, samba, rock, folk e pitadas de groove e psicodelia. Trazendo nas letras uma poética que fala dos diversos sentimentos e reflexões que brotam quando nos colocamos nas relações com o outro, o amor, a amizade, o rancor, a saudade, a vontade de encontrar e a de esquecer, de ir e de voltar, versa também sobre a sede pela vida, a contemplação do cotidiano e a fundante relação com a arte.
A banda é composta por Liane Tonelotto (vocal), Guilherme Bica (vocal e violão nylon), Rafael Sonic (vocal, violão aço e piano), Ciro Galeão (vocal, guitarra e teclados), Eduardo Raguse (baixo) e Chico de Freitas (bateria). Além de Falar Sozinho, a banda já lançou outras três canções: Vá em Paz, Chamado de Bamba e Alexander Supertramp, todas disponíveis nas principais plataformas de streamming.
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