A Prefeitura de Guaíba realizou na última terça-feira (26) uma roda de conversa sobre políticas públicas para população LGBTQIA+, no auditório Roberto Fraga Machado. O evento marcou a Semana Municipal da Diversidade Sexual, instituída por lei municipal desde 2018.
O encontro organizado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) contou com a presença do psicólogo Vinicius Pasqualin, da ONG Somos; Daniel Passaglia, integrante do fórum LGBTQIA+ de São Leopoldo; e a assistente social Valesca Vianna.
"Quando a gente pensa quem a gente é, a gente fica num mar de lembranças de violências e tantas outras coisas que marcam nossas vidas. Se for compartilhar nossas histórias, por mais que a gente tenha fatores agravantes no caso das mulheres e homens trans, a gente sempre vai conseguir compartilhar histórias de dor, sofrimento e não aceitação. Algumas poucas vitórias, algumas poucas conquistas, mas sempre falamos de negligência, como falta amparo em nossas cidades e como não nos encontramos nos espaços de gestão", destacou Passaglia.
Os debatedores abordaram sobre assistência e saúde mental da população, mercado de trabalho para pessoas trans, suicídio devido a não aceitação das famílias e sociedade e construção de ambulatórios especializados em saúde LGBTQIA+.
Para Pasqualin, a roda de conversa sobre diversidade representa um avanço na cidade, mas mesmo assim muito pouco. "Em termos de legislação a gente já avançou muito, normas, teorias e estudos estamos cheios, mas e a prática?", disse.
Ele destacou que as paradas existem para mostrar a existência da população LGBTQIA+, para que o país pare de matar e excluir a população LGBTQIA+. Em relatório divulgado pela Antra, Associação Nacional de Travestis e Transexuais, o Brasil continua sendo campeão de desrespeito e violência com pessoas trans. Pelo décimo quarto ano seguido, somos o país que mais mata pessoas destes gêneros no mundo.
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