Mais de 80 anos se passaram desde a Segunda Guerra Mundial, quando o mundo parou, estarrecido, diante de uma das maiores tentativas de limpeza étnica da história, promovida pelo Reich alemão sob o comando de Adolf Hitler. Décadas depois, cenas semelhantes voltam a aparecer em nossos celulares e televisores — como um trágico e assustador "tbt" da barbárie humana.
A história parece se repetir. E, desta vez, com um paradoxo cruel: o povo que antes foi vítima segura agora a espada. Em Gaza, crianças morrem de fome diante das câmeras. Civis são alvejados enquanto tentam recolher alimentos das escassas distribuições de ajuda humanitária. Pequenos corpos são atingidos por bombas ao buscar um punhado de farinha no chão.
Israel, que alega agir em autodefesa, aplica uma força desproporcional que se traduz em uma limpeza étnica explícita. O que se vê não é uma guerra entre nações, mas um genocídio transmitido ao vivo — com o aval dos Estados Unidos, que seguem como aliados silenciosos, legitimando o massacre do povo palestino.
Além da violência militar, há também uma guerra de narrativas. Israel acusa de antissemitismo qualquer crítica a seus atos, em uma tentativa de se blindar e silenciar denúncias. É uma distorção dolorosa: usar o próprio passado de dor e perseguição para justificar, hoje, a prática de crimes contra a humanidade.
Nenhuma vida vale mais do que outra. A vida de um palestino não pode — e não deve — ser considerada menos importante que a de um israelense.
Desde o início dos ataques, cerca de 2,3 milhões de pessoas foram forçadas ao exílio, e mais de 60 mil civis foram mortos, a maioria mulheres e crianças. A FAO, órgão das Nações Unidas, já classificou a situação como uma "catástrofe humanitária".
Estamos diante de um ciclo de dor e violência que insiste em se repetir. A omissão internacional, o silêncio de muitos governos e a normalização da brutalidade apenas escancaram nossa incapacidade de aprender com a história.
Que os atores internacionais ajam de forma firme e imediata para interromper essa verdadeira marcha de extermínio. Que, assim como em Nuremberg, os responsáveis sejam julgados, e que, assim como Auschwitz, o que acontece hoje jamais se apague da memória da humanidade — como uma lição permanente da nossa incapacidade de empatia e fraternidade entre os povos.
Comentários: