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Domingo, 05 de Outubro de 2025

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Lingo, Lingo? Garrafas!

O Milagre na Cela 7

Lingo, Lingo? Garrafas!
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Remake de uma produção coreana de mesmo nome, o ”Milagre na Cela 7” do diretor Mehmet Ada Öztekin, filme turco da Netflix, envolve um raro ato de bondade vindo de onde menos esperamos – o que por si só, para muitos, já configura como um milagre.

A trama conta a história de Memo (Aras Bulut Iynemli), um pai solteiro com deficiência intelectual que vive em um pequeno vilarejo da Turquia com a filha, Ova (Nisa Sofiya Aksongur) e a avó, Fatma (Celile Toyon Uysal). Muito amável, o rapaz é conhecido e querido por todos os habitantes, mas é Ova quem sofre com a situação. Além do bullying no colégio, a garota sabe que o pai é especial, o que não faz ela o amar menos. A vida de ambos muda quando Memo se envolve no acidente que mata a filha de um importante tenente do exército turco (Yurdaer Okur). Tomado pela raiva, ele ordena a captura e prisão de Memo, enviando-o para uma prisão enquanto aguarda a ordem de execução da pena de morte.

Bom, vamos lá... Vale lembrar que aqui na minha coluna só existem dois gêneros de filmes os “filmes bons” e os “filmes do Júnior” (vide primeiro texto da coluna “Os Filmes do Júnior”). Dito isso, definitivamente o filme “O Milagre na cela 7” recebe o selo de “Filme bom”, meu pai adorou... Parece uma novela, fato que o fez identificar-se ainda mais com a obra.

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Calma lá! Não fiquem bravos comigo, tá, eu também chorei vendo o filme. Afinal, essa era a única proposta do filme, é uma experiência interessante, mas um pouco enfadonha para quem já assistiu filmes como “Um sonho de liberdade” e “A espera de um Milagre” percebe-se claramente que o filme é uma experiência requentada inspirada em filmes como esses que eu citei.

Em um filme, mais importante do que está sendo contado, é como está sendo contado. Isso chama-se narrativa, o roteiro de “O Milagre na Cela 7” sempre sugeri o mais simples, perdendo as inúmeras possibilidades de nos instigar através de mistérios, revelações e descobertas. Entrega tudo de mão beijada para que possamos apenas “sofrer”, joga pela janela a opção de trazer surpresas e desafios nas entrelinhas e subtextos nos emergindo assim de forma mais eficaz na trama, vivenciando diferentes sensações e emoções.

 Um emaranhado de facilitações dramáticas narradas de forma óbvia e superficial “O Milagre na cela 7” não se preocupa em deixar o espectador mais atento pra pescar algo que não está sendo dito, não, é a superfície pura e simples com o objetivo de emocionar a qualquer preço.

 Mehmet Ada Öztekin, o diretor, menospreza a inteligência do espectador. Segue o roteiro e cede para obviedade, personagens caricatos construídos artificialmente, não fazem uso de sutilezas, e verbalizam sempre seus sentimentos. A trilha sonora sublinha as emoções com o mesmo objetivo de comandar o sentimento de quem assiste e a direção super valoriza tudo que pode para gerar sentimentalismo.

 O enredo é emocionante, o problema é o desenvolvimento da trama. A narrativa apelativa acaba distanciando o espectador do arco dramático da história, embora tenha acertos pontuais como por exemplo o encontro da menina com o pai na prisão.

 Um melodrama que busca a aceitação fácil do público fazendo-se valer de elementos tipicamente novelescos que buscam a emoção fácil do público.

Queridos leitores, saibam que discordar da minha visão, muitas vezes técnica, não configura que eu esteja certo e vocês errados. Ver filmes não é uma arte de quem sabe mais ou menos, trata-se, ao meu ver, do poder de catarse e do gosto pessoal de cada um. Pois bem, como essa é minha coluna, escrevo sobre o meu gosto com base em meus conhecimentos e não justifico com isso minha crítica, apenas lhes dou o direito devido de discordar.

 "Lingo Lingo! Garrafas!"?

 Toda vez que Memo e Ova se comunicam com a pequena e carismática expressão, eles estão fazendo uma referência à popular música turca: 

 

 

Aceitamos sugestão de filmes para serem analisados nessa coluna, basta pedir nos comentários, os mais pedidos, analisaremos.

 

Segue uma lista com 10 “Filmes do Júnior” pra quem gostou de “O Milagre na cela 7”.

- O EXPRESSO DA MEIA NOITE(1978)| ALLAN PARKER

  - RAIN MAN (1988) |BARRY LAVINSON

 - UM SONHO DE LIBERDADE (1994) | FRANK DARABONT 

- À ESPERA DE UM MILAGRE (1999) |FRANK DARABONT

- UMA LIÇÃO DE AMOR (2001) | JESSIE NELSON

- CARANDIRU: O FILME (2003) | HÉCTOR BABENCO

- À PROCURA DA FELICIDADE (2006) | GABRIELE MUCCINO

-O PROFETA (2009) | JACQUES AUDIARD

- LION: UMA JORNADA DE AMOR (2016) | GARTH DAVIS

 - UM LAÇO DE AMOR (2017) | MARK WEBB

Comentários:
Ivo Schergl Jr.

Publicado por:

Ivo Schergl Jr.

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