A poesia gaúcha é uma expressão rica da cultura do Rio Grande do Sul, refletindo a alma e as tradições do povo gaúcho. A arte de declamar e compor poesias gaúchas envolve um profundo respeito e admiração pelas paisagens, pelas histórias e pelo estilo de vida do sul do Brasil.
Vamos explorar alguns aspectos dessa bela arte! Declamar uma poesia gaúcha é muito mais do que apenas ler palavras em voz alta. Envolve: Expressão Emocional, Entonação e Ritmo, Interpretação, Gestualidade.
Entao, quando pensamos em uma composição Poesias Gaúchas, esta já percorrer por Temas Regionais, Linguagem Regional, Métrica e Rima, além da Inspiração e Sentimento
Declamar e compor poesias gaúchas é uma arte que preserva e celebra a cultura e a identidade do Rio Grande do Sul. Seja através da declamação em festivais ou na criação de novos versos, essa tradição continua viva, ecoando as vozes do passado e presente em cada estrofe.
O Rio Grande começou a expressar-se poeticamente em conflitos entre ideários político-sociais e, naturalmente, sob o encantamento do amor isso pode-se dizer tardiamente pelos idos dos anos 1800. Além do desenvolvimento poético, o Rio Grande do Sul tem ainda o desenvolvimento da arte do improviso, advindo dos “payadores del pampa”, figuras pitorescas que andavam pelo pago com uma viola e seus versos feitos de improviso.
Deles derivam os “trovadores”, gaúchos que com sua viola e posteriormente a gaita, fazem versos de improviso com temas variados do panorama cultural de nosso estado.
O primeiro trovador, que a pesquisa pôde confirmar, foi Pedro Canga, reconhecido durante o enfrentamento entre farroupilhas e imperiais:
“Pode o céu produzir flores,
a terra estrelas criar
Não pode o meu coração
ser vivente sem te amar”
(Pedro Canga por Augusto Meyer)
O primeiro texto versado impresso que identificamos, data ele de 1823 e foi composto por Maria Clemência da Silveira Sampaio, natural de Rio Grande.
O personagem e/ou dança Tatu, matriz de parte da nossa literatura, repercurtia em quadrinhas pelos fandangos de todo o rincão. Por se tratar de texto anônimo e originalmente oral, apenas por estimativa se pode dizer que deve ter sido iniciado no século 19. A maioria das quadras do Tatu foram recolhidas e transcritas por Augusto Meyer e Simões Lopes Neto.
Abaixo uma das quadras mais famosas do Tatu:
“EU VIM PRA CONTAR A HISTÓRIA
DE UM TATU QUE JÁ MORREU,
PASSANDO MUITO TRABALHO
POR ESSE MUNDO DE DEUS”
Alguns nomes importantes na trajetória tempo-literal: José Antônio do Vale (Caldre e Fião), Delfina Benigna da Cunha Ramiro Barcellos (Amaro Juvenal), João da Cunha Vargas, Alceu Wamosy, Augusto Meyer, Juca Ruivo, Balbino Marques da Rocha, João Simões Lopes Neto, Apparicio Silva Rillo, Barbosa Lessa, José Hilário Retamozo, Jayme Caetano Braun, Colmar Duarte, Vaine Darde, Jurema Chaves, Gujo Teixeira entre tantos.
A CONSTRUÇÃO POÉTICA
Se o leitor quer se aventurar na arte da poesia, algumas dicas:
- Leia autores diversos de tempos distintos (aquisição de conteúdo);
- Tudo começa pelo assunto ou tema (delimitar é importante e cuidado pra não se perder);
- Tenha claro a ideia e rascunhe tudo o que vier a mente (Escreva - depois se preocupe com arranjos);
- O objetivo (musicar, declamar, publicar) isso implica na formatação (métrica, rima, tamanho, contexto);
- Não se prenda a estilos;
Quer admirar ainda mais essa arte, nesse sábado à partir das 16h pelo canal Tradição (no Youtube) haverá a transmissão do festival Esteio da Poesia, em sua 9ª edição, com representantes de nosso município. Mateus Gomes Alves e Mário Terres sobem ao palco, junto de Luciano Salerno, para defenderem a Poesia intitulada: “De Avô e Essência”.
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