Repórter Guaibense

Quinta-feira, 02 de Maio de 2024

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Onde andarão

As crianças usarão a sua enorme criatividade, para improvisarem seus brinquedos, a mãe fará bolos, doces de calda

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O mundo avança, as coisas a nossa volta evoluem e nós, como somos seres sociáveis e comunitários, precisamos acompanhar a evolução.

Esse fenômeno é engraçado, pois aqueles que não tem, nem nunca tiveram, não sentirão falta. Estranha colocação?

Pode ser, mas vamos exemplificar: Uma família que mora no interior de qualquer estância, seja trabalhando com agricultura ou pecuária, ou os dois.

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Se essas pessoas ficarem desprovidas de um aparelho telefônico, por toda a sua existência, acham que sentirão falta? Acham que eles, na simplicidade de sua vida rural, se tornarão fone-dependente?

Provavelmente nunca ocorrerá esse fenômeno que nos assola, pois não tiveram contato, portanto, nem sabem que existe, ou não entendem o que aquilo traz para seu cotidiano.

Com isso, as crianças usarão a sua enorme criatividade, para improvisarem seus brinquedos, a mãe fará bolos, doces de calda, sequilhos, assados, bordados, artesanatos, tantas coisas que mexem com suas habilidades.

Por outro lado, ficarão longe das rápidas atualizações que o WhatsApp, o Youtube, o Instagram e tantas outras tecnologias trazem, um paradoxo.

Se nos projetássemos a metáfora criativa de, em nossas mentes visitá-los, as crianças de hoje se deparariam com tropas de ossos, carrinhos de sabugo de milho, latas com cordas amarradas onde eles põem os pés e brincam de “patas de vaca”, ou alguma lata de azeite que se encheu de terra, passou uma piola de uma lado a outro e virou um “rolete”.

Poderiam ver ainda, uma forquilha de alguma goiabeira, ou araçá, com uma borracha entre as pontas, um pedaço de couro no meio da borracha e uma pedra presa pela mão do ágil atirador segurando sua “funda”.

E aquela gurizada no terreiro jogando “peão” ou bolita, pulando corda, brincando de esconder, pega-ajuda, polícia e ladrão, laçando algum cusco ou correndo atrás das galinhas.

É a inocência simplista não influenciada pelo progresso digital.

O CTG (Centro de Tradições Gaúchas) deve ser um guardião dessas coisas simples, mas que contextualizam os aspectos sociais da nossa infância. Onde tínhamos brincadeiras que estimulavam muito as nossas aptidões psicomotoras e nos mantinham ativos e principalmente em comunidade.

A gurizada se juntava por qualquer coisa, jogar bola, brincar de esconder, as meninas queriam brincar de bonecas e os meninos queriam ser super-heróis, entre tudo estavam as avós, que faziam bolos, doces, bolachas, sempre com um sorriso afetuoso, chamando os netos para comerem.

Aliás, para eles, nossos avós, sinal de saúde era o neto gordinho e reluzente, por isso ofereciam sempre o melhor que tinham a mesa, para deleite da gurizada.

As boas memórias, na maioria das vezes, nos remetem ao singelo, pois está aqui citado por nós, nestes parágrafos acima. Que possamos seguir levando e cuidando de tudo isso, para que não se torne realidade apenas nas páginas dos livros.

Dom Barulho nos contou certa vez que, desde pequeno, teve alguns amigos de verdade, de “desatolar vaca do barro” como ele dizia, aqueles que a gente faz e nem o tempo desfaz.

Um deles, o Amâncio, uma vez passou por uma braba, um primo deste que veio da cidade, falava em um brinquedo que era um tal de “carro com controle remoto” e ficou debochando do pobre do Amâncio, que na sua inocência interiorana, nem sabia do que se tratava. Debochava que o ranchito barreado não tinha assoalho, não tinha televisão, enfim, não entendia o valor da simplicidade.

Pois bem, Dom Barulho estava junto com o Amâncio e disse: Amâncio pega as armas de bolinhas de cinamomo e vamos encilhar os petiços pra camperear preá por aí.

O primo do Amâncio ficou todo sem saber o que falávamos, como ficou o Amâncio, e diferente da atitude deste, Amâncio convidou o primo para brincar conosco.

Foi uma tarde muito bacana, ao final Dom Barulho conta que não pode deixar de chamar a atenção do primo do Amâncio: Independente de onde estamos, compartilhar é bem melhor que se exibir. O guri disse que tinha toda a razão e que nunca tinha passado um dia daqueles. É na simplicidade que se acha a essência, fecha o causo Dom Barulho.

A importância do simples na vida das pessoas está profundamente ligada à boa convivência. Quando valorizamos as coisas simples, como momentos de tranquilidade, gestos de gentileza e conexões autênticas, criamos uma atmosfera de harmonia e bem-estar ao nosso redor. Isso fortalece os relacionamentos e contribui para um ambiente mais positivo e acolhedor. Como tu te vê nessa conexão?

 

              “que o maior presente entre as pessoas,                                                                                                                                       sejam a bondade e o amor fraterno!”

                             Mário Terres e Tainara Moraga

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