Seguindo viagem com a comitiva das letras pelos Departamentos dos CTGs, apresentando um pouco sobre cada um deles que compõe as entidades tradicionalistas, vamos trazer nesta feita o Departamento Campeiro.
Também é gerido pelo seu (sua), Diretor (a) ou Coordenador (a), bem como o quadro de prendas e peões que lhe acompanham na jornada da gestão.
Assim como os demais departamentos do CTG (Centro de Tradições Gaúchas) o Campeiro tem suas atividades baseadas nas mais antigas lides de campo, mas também precisa ter diretrizes claras das suas frentes de atuação / responsabilidades. Algumas delas, são:
Todas as atividades campeiras do CTG serão planejadas e coordenadas por este departamento.
São responsabilidades do Departamento Campeiro:
Preservar e divulgar os hábitos, os costumes, as tradições e o folclore do campeiro Rio-grandense;
Promover rodeios Campeiros;
Participação em mostras, apresentações ou competições nas modalidades campeiras (tiro de laço, prova de rédea, estafeta, vaca parada e gineteada);
O tiro de laço, que é a origem dos rodeios campeiros, tem origem histórica nas lides com o gado, desde os primórdios do desenvolvimento do nosso pago.
O viajante belga do século XIX, A. Baguet, em seu relato sobre a viagem ao Rio Grande do Sul, realizada em 1845, apresentou uma passagem sobre o uso do laço por um “verdadeiro gaúcho”.
Segundo sua descrição:
O guia que encontramos em São Gabriel era um verdadeiro gaúcho [...] Como a maior parte de seus compatriotas, era de uma habilidade extrema em lançar o laço, as boleadeiras e o facão. O laço, que tem quinze metros de comprimento, é feito de tiras de couro cru, da grossura de um dedo mínimo, artisticamente trançadas; uma das pontas termina por um anel de ferro bastante grande, que serve para formar o nó corrediço; e a outra é presa à cilha do recado, à direita do cavaleiro. Quando este quer jogar o laço, enrola-o em círculos como os marinheiros e, com a mão direita, rodopia o nó corrediço acima da cabeça. (BAGUET, 1997, p. 54-55).
Parte primordial do trabalho deste departamento, dentro de um CTG é preservar essa notação histórica.
Quando vemos uma cancha tomada de bons laçadores com seus ágeis cavalos indo de encontro ao gado, com os laços cortando o espaço, estamos revivendo a história de nossa gente.
Mobilizar pessoas que se disponham a ter um cavalo, trata-lo e cuida-lo com zelo, adestra-lo para aprender a ser o melhor parceiro no tiro de laço, não é fácil e nem barato, mas faz parte da responsabilidade de quem está a frente desse departamento.
Ainda que hajam pessoas responsáveis a frente deste trabalho, sempre será importante a atuação dos demais departamentos em harmonia para que as ações sejam realizadas com sucesso e excelência.
Tão ou mais importante é a participação dos familiares / responsáveis.
Em um CTG tem arte, tradição, cultura e formação social, basta que as ferramentas sejam usadas com maestria e tudo se transforma.
Pensem nisso...
“que o maior presente entre as pessoas, sejam a bondade e o amor fraterno!”
Mário Terres e Tainara Moraga
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