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Segunda-feira, 22 de Setembro de 2025

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Os filmes do Júnior

Só a imaginação salva!

Os filmes do Júnior
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Proponho aqui, na minha coluna, criar um espaço onde a a cultura, a arte, os artistas que narram por metáforas, analogias ou qualquer outro mecanismo que não o óbvio, lógico e rotineiro servirão de gatilhos da minha inspiração, escrita, analítica e opinativa. Vamos falar de temáticas e obras de arte que nos tirem da zona de conforto intelectual, social, quiça filosófica.

A metáfora é um dos recursos mais importantes da linguagem humana. Um meio pelo qual podemos compreender e tornar compreensíveis os mais variados aspectos da realidade e do pensamento.

Convido todos a pensarmos fora da caixa e exercitarmos juntos aquilo que considero o maior dom da espécie humana, a imaginação.

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Na linguagem cotidiana, na linguagem científica, na linguagem do jornalismo e das redes sociais, e principalmente na linguagem com maior poder de concentração de sentido (a da literatura, em geral, e da poesia, em particular), as metáforas estão presentes como elemento estruturador e principal moeda no intercâmbio dos significados.

 Amo ver filmes com o meu pai (assim conheci os “Bang-bang”). Ele desenvolveu alguns significados interessantes, uma forma muito peculiar de analisar filmes, classifica todos que assiste em apenas dois gêneros, “filmes bons” e “Os filmes do Júnior”. Parece uma classificação bem pejorativa e até ofensiva, mas acreditem, não é. A intenção do meu amado pai é expressar o seu profundo pesar em ter que aceitar que ao ver um filme não irá apenas passar o seu tempo e entreter-se com alguma narrativa provavelmente baseada na jornada do herói. Nos “Os filmes do Júnior” ele precisará exercitar o raciocínio, aceitar uma catarse cinematográfica recheada de subjetividades e insinuações, perguntas sem respostas prontas, não irá receber nada mastigado.

Qualquer narrativa que burle uma estrutura clássica, personagens verossímeis, a ordem cronológica, que dialogue em metáforas e não em “fatos” e ainda tenha a audácia de ter um final aberto, tenham certeza, meu pai irá retrucar em alto tom “Esse é Os filmes do Júnior”. (a conjugação do plural é essa mesma, que é pra deixar bem claro que aquele filme "pretensioso" não é o único).

Não se deixem levar pelos meus comentários acreditando que meu pai seja um senhorzinho antiquado, de pouco estudo, fechado em suas convicções preconceituosas e ignóbeis. Ao contrário, meu pai é um dos seres humanos mais inteligentes que já convivi, mas cultiva o péssimo hábito (na minha opinião) de crer que a arte deve estar a serviço dele. Que ela deve pensar por ele, pegá-lo pelo braço e levá-lo confortavelmente pelas suas curvas que ele espera não tão sinuosas.

É contra isso que essa coluna vai lutar, contra essa zona de conforto fictícia (que ironia), contra a preguiça mental que a médio e longo prazo acabam por atrofiar imaginações.

É sabido que o valor de uma imaginação fértil, que é a fonte de todo pensamento criativo, é muito maior do que o do próprio conhecimento.

E meu pai não está sozinho não, bem mais que 50% da população mundial grita em seus íntimos com sarcasmo e certa soberba (sei-lá porque), quando instigados a usar a imaginação:

- Os filmes do Júnior!

 Médicos, garis, advogados, construtores civis, políticos, intelectuais e profissionais de todas as áreas, sem distinção de classe social ... Muitos desenvolvem e cultivam o mesmo hábito de meu bom pai, infelizmente muitos artistas também se rendem ao puro e simples entretenimento vazio e barato, afinal existe um amplo mercado né?

 Não quero apenas julgar ou tratar com arrogância artística pseudo-intectual, ou com superioridade, não, é apenas constatação dos fatos.

Queremos obras de arte com respostas, mas respostas não ativam a imaginação. A imaginação é utilizada como uma ferramenta do pensar, ela é extremamente necessária para o conquista de objetivos em qualquer âmbito na vida de um ser humano. Estamos perdendo paulatinamente esse dom maravilhoso que realmente nos diferencia dos outros animais.

Caros leitores, quero trocar com vocês, opiniões, idéias, conceitos artísticos, intelectuais e filosóficos respeitando toda a manifestação artística e cultural, até os “Filmes bons”. Mas por aqui vamos sempre conversar sobre “Os filmes do Júnior”, “As peças de teatro do Júnior”, “As exposições artísticas do Júnior”, “As poesias do Júnior”, “Os eventos do Júnior”, “As músicas do Júnior”... Até a próxima!

 

Segue abaixo uma lista com 10 "filmes do Júnior" para exercitar nossa imaginação!

  • 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) | Stanley Kubrick

  • O Espelho (1975) | Andrei Tarkovisk

  • Brazil: O Filme (1985) | Terry Gilliam

  • Sonhos (1990) | Akira Kurosawa

  • Amnésia (2000) | Christopher Nolan

  • Donnie Darko (2001) | Richard Kelly

  • Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003) Tim Burton

  • Dublê de Anjo (2006) | Tarsem Singh

  • O Mundo Imaginário do Dr. Parnasus (2009) | Terry Gillian

  • A Origem (2010) | Christopher Nolan

Só a imaginação salva!

FONTE/CRÉDITOS: Foto Pexels
Comentários:
Ivo Schergl Jr.

Publicado por:

Ivo Schergl Jr.

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