Eu ouvi ontem de um grande amigo meu (meu irmão de alma) que temos de quebrar regras, sair da caixa, fazer o que os outros não esperam.
Fiquei feliz e preocupado ao mesmo tempo. Me vi loco de faceiro pelo rompimento de uma postura linear de meu amigo, preocupado e aflito para entender as regras que ele pretendia quebrar.
Discorremos sobre assuntos maravilhosos, empreendedorismo, mudança de conduta, quebra de paradigmas, mas o que foi bem mais contundente? Escutá-lo dizer que deveríamos (como me convencendo) quebrar regras, não sermos trivial. Provoquei a evolução da discussão, eis que me senti em êxtase.
Ele disse que um exemplo bom era o de dar dinheiro à um mendigo. Muita gente não dá porque o mendigo vai tomar cachaça, vai comprar droga, vai fazer o que a pessoa que tá dando o dinheiro não espera dele. Aí está o erro, fazer as coisas pelo que queremos, não como simplesmente um ato desapegado de dogmas e carregado de caridade e afeto. Ao dar eu não devo me permitir dirigir o livre arbítrio do outro, não interessa como nem o que, senão não estou sendo caridoso nem exercendo a doação afetiva.
Tema complexo não acham? Mas se o mendigo comprar cachaça? Sim, há o risco, se ele for dependente daquilo, será uma das opções, mas é dele essa chance de escolher. Se não queremos que ele o faça, devemos amparar mais que julgar. Outro exemplo é o de ajudar alguém, muitas vezes ficamos chateados e até brabos porque não recebemos nem um muito obrigado, estamos aí buscando alimento para o ego e não exercendo o altruísmo.
Se nos analisarmos funda e profundamente, somos levados a seguir tendências, a copiar e seguir regras que nem sabemos se acreditamos.
Nos vestimos, moramos, alimentamos e investimos tempo e dinheiro em tudo aquilo que nos fará visível à sociedade, nos medimos e buscamos estar mais ou melhores que os outros, mas e o que nos faz feliz? O outro está preocupado com tua felicidade? Quais as amizades nos transformam e quais são apenas convenientes?
A gente se prende a dogmas e a convenções e por vezes esquece de ser feliz. Precisamos SER mais do que TER, hoje nos preocupamos mais em ter infelizmente, Nos medimos socialmente pelas posses e não pelo conteúdo.
No tradicionalismo que pratico, ensinamos as crianças a SER, ser afetiva, fraterna, amiga, paciente, sociável e principalmente bondosa.
Aliás sobre amizade, gosto de buscar no estoicismo aprendizado que muitos dos meus irmãos me repassaram.
E para quem gosta de filosofia, Sêneca, primeiro grande estoico romano, traz reflexões maravilhosas sobre as relações humanas. Em um desses momentos iluminados, escrevera a Lucílio sobre a amizade. “A verdadeira amizade nem a esperança, nem o temor nem a preocupação com o interesse próprio poderá romper. É aquele que levamos quando morremos e pela qual podemos morrer”.
Então quebremos as regras, vivamos de forma simples, bondosa e altruísta, para que a felicidade transborde de nossos corações e inunde o mundo.
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