Repórter Guaibense

Terça-feira, 15 de Outubro de 2024

Colunas/Geral

A influência da Maçonaria na Revolução Farroupilha

A Maçonaria desempenhou um papel significativo em um dos mais importantes conflitos da história do RS

A influência da Maçonaria na Revolução Farroupilha
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

A Maçonaria Regular não tem intervenção política e funciona dentro da legalidade vigente. Estes são dois princípios básicos e essenciais do comportamento da Maçonaria Regular em Democracia.

Mas, historicamente, nem sempre a Maçonaria assumiu esse comportamento. Algumas vezes por opção própria, nomeadamente na variante dita Irregular ou Liberal, sempre mais interventiva politicamente. Outras vezes, porque a Democracia não estava presente, a tirania campeava e ser maçom, prosseguir o ideário de Liberdade que é apanágio da Maçonaria, implicou lutar pela Liberdade em falta, intervir mesmo em Revoluções.

A Maçonaria desempenhou um papel significativo na Revolução Farroupilha, um dos mais importantes conflitos da história do Rio Grande do Sul, que ocorreu entre 1835 e 1845. Esse movimento, que buscava maior autonomia política e econômica para a província, contou com a participação de diversos maçons que viam na luta farroupilha a oportunidade de promover ideais de liberdade, igualdade e fraternidade — princípios fundamentais da Maçonaria.

Leia Também:

Os maçons estavam entre os líderes da revolução, como Bento Gonçalves e Giuseppe Garibaldi, que se destacaram não apenas por sua militância política, mas também pela construção de uma ideologia que buscava modernizar a sociedade gaúcha. A influência maçônica se manifestou em diversos aspectos, desde a organização das tropas até a formação de um governo paralelo que estabelecia novos padrões de governança.

Uma das expressões dessa influência é a bandeira do Rio Grande do Sul, que apresenta símbolos que remetem aos ideais maçônicos. As estrelas na bandeira representam a união dos diferentes povos e a busca por liberdade. O pavilhão farroupilha, com suas cores vibrantes, também é um símbolo de resistência e de luta pela autonomia, refletindo o espírito revolucionário que permeava a Maçonaria à época.

Os maçons estavam frequentemente engajados em discussões sobre autonomia provincial e direitos civis, o que se alinhava com os objetivos dos revolucionários gaúchos de se opor ao governo central do Império do Brasil. A participação de maçons na liderança do movimento ajudou a articular uma visão de justiça social, que também se refletiu na inclusão dos lanceiros negros, que eram soldados e guerrilheiros que lutaram ao lado dos farroupilhas.

Os lanceiros negros, muitos dos quais eram ex-escravizados que se alistaram nas tropas farroupilhas, representavam um importante força no conflito. A ajuda e a inclusão desses soldados na Revolução Farroupilha podem ser vistas como parte de um movimento mais amplo por liberdade e direitos, que também ressoava com os princípios maçônicos de igualdade. Em algumas situações, os líderes farroupilhas reconheceram a contribuição significativa dos lanceiros negros, embora a real igualdade e os direitos plenos para esses soldados fossem limitados mesmo após a guerra.

A Maçonaria também foi fundamental para o término da guerra. Com a assinatura do Tratado de Ponche Verde, em 1845, que selou a paz entre os farroupilhas e o governo imperial, muitos maçons atuaram como mediadores, utilizando suas redes de contatos e influência para convencer os líderes a buscar uma solução pacífica. O diálogo e a busca pela conciliação, pilares da filosofia maçônica, foram essenciais para encerrar o conflito e restaurar a ordem na província.

Em suma, a Maçonaria não apenas influenciou a Revolução Farroupilha em termos de liderança e ideologia, mas também contribuiu para a sua resolução pacífica, ajudando a moldar o futuro do Rio Grande do Sul. Os símbolos presentes na bandeira continuam a recordar essa rica herança e a importância dos valores maçônicos na construção da identidade gaúcha.

Por fim, a quem diga, que em um último encontro entre os maçons antes do dia 20 de setembro, mesmo ao se preparar para uma revolução, com todas as incertezas e riscos que isso envolve, conseguiram arrecadar uma quantia de dinheiro que sem negativas, não se hesitou em destinar o valor a um dos destinos mais nobres que se poderia imaginar naquela época: a libertação de um escravo. Conforme o estudo conta, o conceito era de que não existem liberdades grandes ou pequenas; existe simplesmente a Liberdade. Aqueles maçons decidiram combater a tirania em prol da Liberdade, sem esquecer o dever de lutar pela libertação dos que estavam ainda mais aprisionados do que eles: os escravos. Enquanto a escravidão persistia, os maçons faziam o que estava ao seu alcance: libertar um a um. Essa atitude nos ensina uma valiosa lição: por mais impossível que uma causa possa parecer, e por mais difícil que seja enfrentar o que parece inabalável, sempre há algo que podemos fazer. Poucos podem realizar muito!

Mais não falo∴apenas reflito∴

FONTE/CRÉDITOS: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3165368003793395&id=2082429452087261&set=a.2082430488753824
Comentários:
Felipe Coimbra

Publicado por:

Felipe Coimbra

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

Saiba Mais

Veja também