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Quinta-feira, 06 de Novembro de 2025

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Redescobrindo a vacina

Os desafios da retomada da vacinação no Brasil

Redescobrindo a vacina
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O ano era 1904 quando foi incumbido ao médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz a missão de reduzir a propagação de doenças como varíola, peste bubônica e febre amarela. A esta hoje conhecida figura histórica, que dá nome ao mais respeitado instituto de pesquisas da América Latina, partiu a ideia da vacinação obrigatória, dando origem a conhecida Revolta da Vacina. Tal revolta tinha como pano de fundo as profundas transformações urbanas sofridas nas metrópoles com a expulsão dos negros descendentes de escravos para as regiões mais distantes e inabitáveis como morros e encostas, dando origem as atuais desassistidas e discriminadas favelas. Juntos estes eventos, formaram o ambiente propício para o contágio coletivo, impulsionado por fatores como esgotamento sanitário precário e acúmulo de lixo, proporcionando a multiplicação dos mais diversos vetores de doenças.

O ato de segregação social, impôs um temor de que a vacina seria uma forma de exterminação das massas pobres, quando na verdade o objetivo era preservar a saúde e a vida das comunidades. Há 120 anos atrás talvez fosse razoável tal avanço científico ter provocado medo ou receio na parcela menos esclarecida da população, porém em plena era da informação instantânea e digital é ilógico pensar sob tal prisma.

Os últimos anos tem sido de um grande desafio para a sociedade brasileira, muito em virtude do movimento negacionista patrocinado por grupos políticos extremistas, que se valem de fake news para alimentar ideias falaciosas de “microchips na vacina” até a suposta inclusão de substâncias para provocar a morte de quem se vacina.

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Movimentos como esse prestaram um desserviço à saúde pública, pois segundo dados no Ministério da Saúde os índices de cobertura vacinal, que chegaram a 97% em 2015, caíram a 75% em 2020, uma fração de praticamente um quarto da população brasileira.

O maior risco social é o de que doenças que estavam erradicadas como a poliomielite passem a ser endêmicas novamente, fato esse corroborado pelo fato de que desde o ano de 2018 até o ano de 2020, houve um aumento significativo na ordem de 28% nos casos de sarampo resultado de uma baixa cobertura vacinal.

A vacina certamente está entre os maiores avanços da nossa ciência médica, pois atua de forma preventiva para a imunização coletiva, evitando a ocorrência de epidemias e reduzindo significativamente o número de casos graves e mortalidade.

Felizmente o combate a desinformação tem gerado uma retomada gradual nos índices de vacinação, tendo como ponto de partida a retomada das políticas de vacinação por parte da nova gestão federal.

Como sociedade, não podemos nos furtar de defender o legado vitorioso da vacinação, pois somos o testemunho vivo de uma geração que incorporou o Zé Gotinha e carrega a marca da vacina no braço...

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Daniel Ferreira Lima

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Daniel Ferreira Lima

Casado com Fabiane, pai do Cauã, gremista e lutador contra as injustiças!

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